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Café da manhã informado - $TUTU

Vamos as principais notícias de hoje, que pode afetar seus investimentos:


BRASIL



A primeira semana de 2024 inicia hoje com Boletim Focus e PMI industrial de dezembro. Amanhã (3) tem dados do setor externo de novembro, na quinta-feira (4) dados de operações de crédito também de novembro e vendas de veículos da Fenabrave de dezembro e, na sexta-feira (5), produção industrial de novembro. Na sexta-feira (29), a Pnad contínua mostrou taxa de desemprego de 7,5% no trimestre encerrado em novembro, segundo o IBGE. Em Brasília, Rodrigo Alves Teixeira e Paulo Picchetti iniciam mandatos em diretorias do Banco Central. O Congresso Nacional está em recesso e retorna em 2 de fevereiro. A partir de hoje, entram em vigor as novas regras para o rotativo do cartão de crédito, com teto dos juros da dívida do rotativo e da fatura parcelada limitados a 100% da dívida. O novo salário-mínimo oficial de R$ 1.412 entrou em vigor ontem. O Ibovespa caiu 0,01% no último pregão de 2023, aos 134.185 pontos, mas acumulou em dezembro uma alta de 5,4% e, no ano, uma valorização de 22,3%. O dólar teve uma alta de 0,4% no dia 28 de dezembro, a R$ 4,85. No mês passado, a queda foi de 1,3% e, em 2023, de 8,1%.



EMPRESAS



A Petrobras assinou contrato com a Unigel para produção de fertilizantes por encomenda nas fábricas da Bahia e Sergipe. A Petrobras e a Equinor assinaram contratos para escoamento de gás natural do campo de Roncador. O navio-plataforma Sepetiba da Petrobras iniciou operação. A Justiça do RJ suspendeu por 90 dias a assembleia da Eletrobras que votaria incorporação de Furnas. A Engie vendeu fatia de 15% na Transportadora Associada de Gás (TAG) para o fundo CDPQ por R$ 3,1 bilhões. A Natura concluiu a venda da The Body Shop para o fundo Aurelius. A MRV fará programa de recompra de até 6 milhões de ações. A Direcional assinou com a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo a venda de 990 unidades residenciais por R$ 205,9 milhões.



INTERNACIONAL



Agenda e desempenho dos mercados globais: Bolsas no exterior mostram valorização expressiva dos rendimento (yield) dos treasuries e commodities. Hoje têm divulgação de indicadores de desempenho econômico. O destaque da semana é payroll de dezembro na sexta-feira (5) e ata do FOMC amanhã. Cai 0,01% o S&P500 Futuro, sobe 0,2% Stoxx Europe e em queda de 0,4% Shanghai. Avançou para 3,94% o yield do Treasury de 10 anos. O PMI industrial subiu para 44,4 em dezembro, de 44,2 em novembro na zona do Euro. Na China, o PM industrial Caixin avançou para 50,8 em dezembro, ante 50,7 em novembro. No Reino Unido, o PMI industrial de dezembro recuou para 46,2, de 47,2 em novembro. Petróleo sobe mais de 2%, com o WTI a US$ 73,3 o barril e o brent a US$ 78,9. O minério de ferro valoriza mais de 2% em Singapura, a US$ 143. O Bitcoin sobe 4,5%, a US$ 45,5 mil.

Mercado financeiro de 2023 para 2024


Um breve resumo



De 2023 Para 2024, a estimativa de inflação ficou estável em 3,91% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

Produto Interno Bruto Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro baixou a projeção de crescimento de 2,85% para 2,84%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia. Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro permaneceu inalterada em 1,50%.

Taxa de juros: Os economistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano e de 2024.

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para o fim de 2024, a estimativa permaneceu em R$ 5,05.

Balança comercial:para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de R$ 77 bilhões para US$ 83 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo avançou de US$ 63,7 bilhões para US$ 69 bilhões.

Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano caiu de US$ 64,7 bilhões para US$ 62,6 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso permaneceu em US$ 70 bilhões.

Onde investir em 2020 - Renda fixa


2020 não deve ser o ano da renda fixa, mas traz algumas oportunidades; saiba onde investir

Com juros baixos e estáveis, o mar não está para peixe para títulos públicos e privados de renda fixa neste ano; mesmo assim, pesquei algumas oportunidades para você
Com os juros brasileiros no seu menor patamar histórico, o ano de 2020 promete ser de água parada para o Tesouro Direto e outros ativos de renda fixa. Em outras palavras, o mar não vai estar para peixe para quem investe em títulos públicos e privados. Mas eu pesquei algumas oportunidades e as reuni na matéria a seguir, que faz parte da nossa série sobre Onde Investir em 2020.

Brilho de 2019 não deve se repetir em 2020

Assim como o ano passado, 2020 deve ser um ano mais propício para os ativos de risco - como você já deve saber, caso tenha conferido a matéria do Victor Aguiar sobre as perspectivas para a bolsa neste ano.
Porém, diferentemente do que ocorreu em 2019, 2020 não deve ser um ano tão brilhante assim para aquela renda fixa menos conservadora, cujas taxas de remuneração são prefixadas ou atreladas à inflação.
No ano passado, estes papéis se valorizaram bastante, impulsionados por um forte movimento de quedas nos juros futuros, tanto de curto como de longo prazo. Elas foram seguidos de cortes na taxa básica de juros, a Selic, que terminou o ano em 4,5%, sua mínima histórica.
No caso dos investimentos com taxas atreladas aos juros, que pagam um percentual do CDI ou da Selic, o ano foi de retornos minguados. Afinal, os juros básicos já estavam baixos no início do ano e caíram ainda mais.
Só que para os papéis prefixados e atrelados à inflação, que se valorizam quando os juros caem, 2019 foi um excelente ano. Os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação ficaram em quarto lugar no ranking dos melhores investimentos do ano.
Este ano, porém, não reserva tantas emoções positivas para a renda fixa. A perspectiva do mercado é de que:
1) os juros futuros de curto prazo não devem cair muito mais, já que o Banco Central só deve fazer mais um ou, no máximo, dois cortes na taxa Selic, se é que vai fazer algum corte;
2) os juros futuros de longo prazo até podem cair mais alguma coisa, mas também nada estrondoso; e
3) os juros também não devem subir, dado que a inflação continua baixa e controlada. Caso os preços comecem a ser pressionados por uma esperada retomada econômica, no máximo ensejarão um pequeno ajuste da Selic para cima, mas também nada de mais.
Temos aí, portanto, um cenário de juro meio parado. Talvez um pouquinho mais para baixo ou para cima, mas sem uma forte tendência para nenhum dos lados. E na renda fixa, a gente ganha dinheiro mesmo quando os juros estão altos, estão subindo ou estão caindo.
Ou seja, o estado atual não é lá muito propício. “A renda fixa só vai ser a melhor classe de ativos se tudo der errado”, diz Ulisses Nehmi, sócio da Sparta Investimentos, gestora especializada em renda fixa.
Apesar do cenário difícil para a renda fixa, ela ainda é uma classe de ativos fundamental na carteira do investidor, tanto para a reserva de emergência quanto para protegê-lo da inflação e de eventuais oscilações mais fortes em mercados de risco, como o de ações.
Vejamos quais as melhores pedidas para o ano:

Onde investir em 2020: Títulos públicos

Reserva de emergência

Ainda que não esteja pagando quase nada, a renda fixa conservadora e pós-fixada ainda é o lugar certo para você alocar a sua reserva de emergência.
Esses ativos têm alta liquidez (facilidade de venda ou resgate a qualquer momento), baixo risco de crédito e baixa volatilidade de preços, preservando o seu capital e deixando-o disponível para qualquer eventualidade.
Mas em vez de deixar o dinheiro na caderneta de poupança, que tem hoje o pior rendimento da renda fixa, opte por um fundo Tesouro Selic de taxa zero ou pela compra direta de Tesouro Selic (LFT) no Tesouro Direto, desde que a corretora não cobre taxa de agente de custódia para esse tipo de operação.
O Tesouro Selic é o ativo mais seguro da nossa economia. Trata-se de um título público, com liquidez diária, emitido pelo governo federal, e que paga a variação da taxa Selic. Rende mais do que a poupança e é mais seguro que um CDB. Eu falo mais sobre as vantagens desse investimento e dos fundos Tesouro Selic sem taxa nesta outra matéria.
A questão aqui é: em um cenário de juro baixo e que deve continuar baixo, como o esperado para este ano, esses investimentos ultraconservadores, que só rendem 100% do CDI/Selic ou menos, só servem mesmo para reserva de emergência ou para manter dinheiro em caixa para aproveitar boas oportunidades de investimento que possam surgir.
Nesse perfil, também há outros ativos interessantes, como os CDBs de bancos médios e as contas de pagamento como a NuConta, que pagam 100% do CDI com liquidez diária.

Tesouro Direto: a tal da B 50

Se você já tinha títulos prefixados ou atrelados à inflação comprados a taxas altas e eles já se valorizaram bastante no último ano, você já pode vendê-los para realizar os ganhos e usar o dinheiro para apostar em ativos com mais potencial.
Levá-los ao vencimento com essas taxas altas também pode ser interessante - por exemplo, no caso de quem está investindo para a aposentadoria ou prefere ganhar uma renda periódica com o pagamento de cupons semestrais.
Mas não pense que esses papéis devem se valorizar muito mais neste ano. Na verdade, eles podem até se desvalorizar. O grosso da queda dos juros futuros no curto e no médio prazos já passou, e altas pontuais não podem ser descartadas. A verdade é que o risco de devolver os ganhos recentes está maior do que o de ganhar mais.
A exceção é o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTN-B), apelidado de B 50. Ainda que você não pretenda sentar em cima desse papel por 30 anos, esse título ainda tem uma boa chance de valorização em 2020 com uma queda adicional nos juros futuros de longo prazo.
O motivo é que o risco-país - fator que mais pesa sobre os juros longos - pode reduzir ainda mais com a retomada esperada para a economia brasileira neste ano e o avanço de novas reformas importantes para o nosso equilíbrio fiscal.
 “Há uma possibilidade não desprezível de um recuo extra nos juros longos, dado que estamos num mundo de juro real negativo [juro menor que a inflação]. O Brasil teve uma melhora substancial no quadro fiscal, está entrando em um ciclo de recuperação de crescimento e nossas contas externas estão saudáveis. Tudo isso aponta na direção de juros reais de longo prazo ainda mais baixos que os atuais”, explica Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
Essa é a mesma visão de Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco Modalmais. “Se compararmos a B 50 com títulos similares em outros países emergentes, como México, África do Sul e Turquia, veremos que ainda há prêmio para ser extraído por aqui”, diz.
O risco, evidentemente, é tudo isso dar errado: a economia não andar como o esperado ou a parte política emperrar. Daí a aposta. De todo modo, se tudo der certo, é bom lembrar que a valorização do papel também não deve ser assim tão estrondosa.
Ou seja, quem tem B 50 na carteira pode manter, e quem não tem, pode até comprar um pouco.

Onde investir em 2020: Renda fixa privada

Os investimentos de renda fixa privada são aqueles títulos de dívida emitidos por empresas, bancos e securitizadoras para captar recursos junto a investidores a fim de investir na economia real.
Ainda que as remunerações desses papéis não estejam tão altas nesse cenário de juro baixo, a perspectiva de crescimento econômico é um incentivo para novas emissões, já que as empresas podem precisar captar recursos para investir nas suas atividades. O juro baixo também é um incentivo para elas quererem se financiar no mercado local.
Além disso, como o governo vem reduzindo sua participação na economia e na concessão de empréstimos via BNDES, as companhias têm precisado recorrer ao mercado de capitais.
Segundo os especialistas com quem eu conversei, as maiores oportunidades de 2020 estarão nos mercados de debêntures e no de crédito privado high yield, títulos de dívida sem grau de investimento.
A melhor forma de investir nesses tipos de ativos é por meio de fundos de investimento de gestoras especialistas nesse tipo de investimento. É possível encontrá-los, por exemplo, em plataformas de investimento on-line de corretoras e distribuidoras de valores mobiliários.

Debêntures incentivadas

O mercado de crédito privado passou por uma forte correção de preços no segundo semestre do ano passado, o que impactou negativamente os preços das cotas dos fundos com resgate no curto prazo.
Mas essa reprecificação abriu uma série de oportunidades nesse mercado para aqueles gestores que focam em ganhar com a valorização desses títulos. Para Ulisses Nehmi, da Sparta, as maiores distorções de preços hoje, estão no mercado de debêntures incentivadas. Ele inclusive já falou sobre isso ao repórter Vinícius Pinheiro.
As debêntures incentivadas são títulos emitidos por empresas para investir em projetos de infraestrutura, área em que o Brasil ainda tem grandes gargalos. Elas são isentas de imposto de renda para a pessoa física, assim como os fundos que investem nelas.

Crédito high yield

Já para Dan Kawa, da TAG Investimentos, as melhores oportunidades estão no crédito high yield. Como esses títulos de dívida são mais arriscados, seus retornos também costumam ser maiores. Existem fundos especializados nesse tipo de papel, normalmente classificados como fundos de crédito privado (CP).
“Os fundos que investem em papéis com grau de investimento têm pago de 105% a 110% do CDI. Eles têm mais liquidez e até fazem sentido no portfólio. Mas como estamos ainda no estágio inicial do ciclo econômico, com inflação e juros ainda baixos e começo do crescimento, acreditamos que é uma fase boa para o crédito high yield”, explica.
Como esses títulos têm menos liquidez, os fundos também costumam ter resgate mais demorado, superior a 30 dias entre o pedido de resgate e o efetivo pagamento do investidor. O cotista abre mão da liquidez para ganhar mais.
“Temos visto fundos que pagam CDI mais uma taxa prefixada que varia de 3% a 5%, por exemplo”, diz.

Onde investir em 2020 para se proteger da inflação

Pode parecer cedo para pensar nisso, mas agora é justamente o momento ideal para montar posições de proteção. “A renda fixa é o guarda-chuva que a gente tem que montar quando tudo ainda está barato”, compara Ulisses Nehmi.
Embora a previsão seja de que a inflação permaneça baixa e controlada em 2020 - a projeção do último Boletim Focus é de IPCA em 3,61% no fim do ano, ainda inferior à meta de 4% - especialistas não descartam a possibilidade de os preços sofrerem pressão por conta de uma esperada retomada no crescimento do PIB para este ano. No mesmo Focus, a projeção de crescimento econômico em 2020 é de 2,30%.
Caso a pressão inflacionária se saia maior que o esperado, o Banco Central pode não efetuar novos cortes na Selic ou até mesmo fazer um pequeno ajuste para cima.
Como esse cenário possivelmente desvalorizaria os títulos atrelados à inflação, Nehmi não considera que estes ativos sejam os ideais para proteger o investidor contra a inflação neste momento, já que ela pode vir acompanhada de uma alta dos juros.
“Na renda fixa, os pós-fixados são mais indicados, pois não têm o problema da marcação a mercado”, diz o sócio da Sparta. Ele ainda sugere que o investidor pode ter posições em fundos imobiliários cujos rendimentos sejam corrigidos pela inflação.
Além disso, nada impede que acontecimentos que fogem ao controle dos brasileiros venham a impactar inflação e juros por aqui. Na primeira semana do ano, o mundo já ficou de cabelo em pé com a escalada das tensões entre Estados Unidos e Irã.
Caso o conflito se prolongue ou piore, ele pode vir a pressionar os preços do petróleo de maneira um pouco mais permanente. Nesse caso, poderia haver uma alta de combustíveis por aqui, com consequente pressão sobre o IPCA e as taxas de juros.
Impactos pontuais, como a alta recente dos preços das carnes, também não podem ser descartados. Fora que, neste ano, temos um fator de risco importante lá fora: as eleições americanas.
Dentro do universo dos pós-fixados, porém, o investidor não precisa ficar restrito ao Tesouro Selic. Para proteção contra a inflação, você pode investir em CDBs, LCIs e LCAs de bancos médios, bem como Letras de Câmbio (LC) de financeiras, que normalmente pagam mais do que 100% do CDI.
Nesse caso, você terá que abrir mão da liquidez diária, mas tudo bem, porque esta não será a sua reserva de emergência. Em geral, esses ativos só têm liquidez no vencimento. As LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda, mas têm carência mínima de 90 dias.
Apenas lembre-se de respeitar os limites do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ao investir nesses papéis. O FGC garante as aplicações (principal e juros) de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira, dentro de um limite global de R$ 1 milhão por CPF em todas as instituições financeiras. 

Resumo: Onde investir em 2020 na renda fixa

Para reserva de emergência: Tesouro Selic (LFT), via Tesouro Direto em corretora que não cobre taxa de agente de custódia, ou fundos Tesouro Selic de taxa zero, encontrados nas plataformas BTG Pactual Digital, Pi Corretora, Rico Corretora e Órama.
Para ganhar com a queda dos juros longos (investidor moderado ou arrojado): Tesouro IPCA+ (NTN-B) 2050, via Tesouro Direto em corretora que não cobre taxa de agente de custódia.
Para se proteger contra a inflação e possíveis altas nos juros: títulos pós-fixados que paguem acima de 100% do CDI e protegidos pelo FGC, como CDBs, LCIs e LCAs de bancos médios, bem como LCs emitidos por financeiras. Esses papéis estão disponíveis diretamente nas instituições financeiras e nas plataformas de investimento on-line.
Para ganhar dinheiro com a retomada da economia (investidor mais arrojado): fundos de debêntures incentivadas e fundos de crédito privado high yield de gestores especializados em crédito. Lembrando que fundos com prazo longo para resgate (D+30, D+60 etc.) protegem melhor o investidor contra as oscilações de preços deste mercado.
Riscos: retomada da economia pressionar demais a inflação (daí a proteção), eventos geopolíticos (como o conflito entre EUA e Irã), choques pontuais de preços (como o que ocorreu com os preços das carnes recentemente) e eleições americanas (pode ocasionar forte oscilação de ativos de risco em 2020, para o que a renda fixa seria uma proteção importante).
FONTE:
JULIA WILTGEN
Postagem original no seudinheiro.com,
em 04/01/202012h51

Onde investir em 2019

Cuidar melhor do dinheiro é uma das
suas resoluções para o próximo ano?


Entender o mercado financeiro nem sempre é fácil. E 2019 promete ser um ano um pouco diferente do que os brasileiros estão acostumados. O ano começa com a taxa básica de juros, a Selic, em sua mínima histórica, de 6,5%. Combinado à baixa inflação, isso é muito bom para a economia. No entanto, o cenário é mais desafiador para investidores que estavam acostumados a obter altos rendimentos com a renda fixa.

Época NEGÓCIOS conversou com especialistas para lhe ajudar a decifrar o mundo das finanças e decidir onde colocar o seu dinheiro nesse ano.

Perspectiva para a economia


No ambiente doméstico, o ano começa com um tom mais positivo. A expectativa é de que o crescimento da economia brasileira se acelere em 2019, após dois anos de crescimento baixo. “A gente entra no ano com tom mais otimista, com expectativa de aceleração do crescimento, inflação ancorada, e esperamos que os juros permaneçam baixos”, afirma Karel Luketic, analista-chefe da XP Investimentos.

Um fator importante e que irá determinar o quanto esse crescimento vai se concretizar é a gestão do presidente Jair Bolsonaro. Apesar das indicações de que o governo eleito vai priorizar a agenda reformista, vista pelo mercado como necessária, ainda há dúvidas sobre como será o diálogo do presidente com o Congresso. “Apesar de a proposta agradar ao mercado financeiro, não sabemos qual será a capacidade de implementação da agenda do governo. Por ser uma nova equipe, podemos esperar bastante volatilidade”, diz Rodrigo Assumpção, planejador financeiro certificado pela Planejar.

Na economia global, também há questões abertas. “O cenário externo tem pendências grandes, a maior é a tensão comercial entre Estados Unidos e China, e deve haver no começo do ano alguma solução, para o bem ou para o mal, o que nos ajuda a determinar um panorama mais claro”, afirma Luketic.

Mais risco para todos

Apesar da expectativa de crescimento maior, as baixas taxas de juros impõem um desafio aos investidores que buscam maior rentabilidade para o dinheiro. “O brasileiro está bastante acostumado investir em renda fixa e receber altos rendimentos. Essa não vai ser uma realidade para 2019”, afirma Assumpção.


Para aumentar o retorno, será preciso se expor mais a riscos. “Esses investimentos podem ser feitos em ações ou fundos multimercado, principalmente para aqueles clientes mais conservadores”, diz Claudio Sanches, diretor de produtos de investimento e previdência do Itaú Unibanco.

Calma: isso não quer dizer tirar todo o dinheiro da renda fixa. Apenas vale a pena buscar maior diversidade de investimentos. “Se você tem um perfil hiperconservador e nada investido na bolsa, talvez precise ter um pouco. Se você tem um perfil mais agressivo e já tem um pouco de bolsa, talvez possa investir um pouco mais”, diz Luketic.

Mesmo quem tem perfil mais arrojado não deve apostar todas as suas fichas na bolsa. Qualquer um deve fazer a chamada reserva de emergência. Esse dinheiro, suficiente para cobrir todas as suas despesas por seis meses a um ano, serve para imprevistos como perder o emprego ou problemas de saúde. Essa parcela das suas economias deve ser colocada em algum investimento seguro de renda fixa e com liquidez – ou seja, que você possa retirar rapidamente.

A segurança da renda fixa


Enquanto a indicação é se expor mais a risco, o desafio para a parcela de investimentos destinada à segurança da renda fixa – que sempre continua existindo e deve ser representativa para qualquer investidor – é buscar maior rentabilidade. Mas há oportunidades para isso.

Dívida privada

Segundo os especialistas, o esperado crescimento econômico deverá ter um efeito bastante positivo para os investidores: uma onda de emissão de títulos de dívida privada. “Se a gente imaginar uma taxa de juros baixa, as empresas crescendo e investindo, devem surgir mais opções de dívidas sendo emitidas e até eventualmente empresas trocando dívidas mais caras por dívidas mais baratas”, diz Sanches, do Itaú Unibanco.


Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, sugere ficar de olho em emissões de debêntures, CRIs e CRAs com retorno interessantes. “Outro caso são os CDBs de bancos médios e pequenos, com prazo tradicionalmente em torno de um ano, que oferecem em torno de 115% do CDI”, diz.

A dica de Rodrigo Assumpção é buscar os investimentos isentos de Imposto de Renda. É o caso das debêntures incentivadas, LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito Agropecuário).

Uma vantagem tanto dos CDBs quanto de LCIs e LCAs é que esses produtos têm a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que traz mais segurança para o investidor.

Liquidez menor, retorno maior

Uma dica importante para aumentar os rendimentos dos investimentos em renda fixa é não superestimar quanto cada investidor precisa de liquidez. “A maior parte das famílias tem um volume aplicado e investe como se precisasse de disponibilidade imediata para todo, ou boa parte do recurso, mas muitas vezes isso não é a realidade”, diz Assumpção. Ao fazer uma programação melhor, os investidores podem alocar parte de seu dinheiro em produtos com prazo de resgate mais longo – que normalmente pagam mais.


CRI e CRA

Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) são títulos de renda fixa lastreados em créditos imobiliários ou agrícolas, e costumam ter prazos a partir de cinco anos. No entanto, antes de aplicar, o investidor deve ter alguns cuidados. Além da perda da liquidez, é preciso ponderar o risco do emissor desse papel. “Nesse caso, é preciso olhar se o emissor é um emissor de qualidade para garantir o pagamento do recurso ao final do período”, diz Assumpção. Vale lembrar que os CRIs e CRAs não têm proteção do FGC.


E o Tesouro Direto?

Continua sendo uma boa opção para quem busca segurança nos investimentos. Em teoria, os títulos de dívida emitidos pelo governo são os mais seguros de um país. Vale lembrar que alguns deles – como o Tesouro IPCA+ — têm marcação a mercado se o investidor decidir resgatar o investimento antes do prazo, o que pode levar a prejuízos.


Para Claudio Sanches, os papéis mais atraentes para o próximo ano são os indexados à inflação – os chamados IPCA+. “A gente acha que é importante parte da carteira nesse tipo de investimento, mas muito mais para questão de diversificação do que grande oportunidade de crescimento”, diz.

Ricardo Rochman, professor e coordenador do mestrado de economia da FGV/EESP, concorda. Ele alerta que é uma boa opção principalmente para quem está querendo investir pensando no longo prazo. “Esse título é bom para quem está pensando em um prazo de 10 a 20 anos, ou para guardar para a aposentadoria, porque sempre te protege da inflação”, diz o professor.

Fundos


Para quem busca mais rentabilidade mas não quer se aventurar sozinho no mercado de ações, aplicar parte do dinheiro em fundos multimercado pode ser uma boa ideia. A expectativa é esses produtos terem um bom desempenho no próximo ano, beneficiados também pelo maior crescimento da economia. “Quando a gente tem um CDI muito baixo, como agora, fica mais fácil para os fundos entregarem um desempenho acima do CDI. Só por esse motivo, já é um ano mais favorável”, diz Assumpção, afirmando que os multimercado tendem a ser uma boa classe de investimento para 2019.
Há alguns pontos para ficar de olho na hora de escolher em qual fundo aplicar. O primeiro é o custo – quanto menor a taxa de administração, melhor. Procure opções com taxa de até 2%. Preste atenção também à cobrança de taxas de performance. A média do mercado é de uma taxa de performance de 20%. Vale buscar fundos que fiquem próximos disso.
Mas nem tudo é preço, alerta Rodrigo Assumpção. “Melhor um fundo que cobra 2,2% [de taxa de administração] e tem um histórico muito bom, do que um fundo com taxa de 2% e desempenho não tão bom”, diz. Um cuidado necessário é escolher bons gestores. “É preciso fazer uma boa seleção, o que significa olhar e buscar fundos com histórico longo de entrega de resultados positivos”, diz o planejador financeiro.

Fundos imobiliários

O melhor momento para os fundos imobiliários é quando a taxa de juros do país é baixa ou está para baixar e com o mercado imobiliário ativo, com preços de imóveis com tendência de alta. “O movimento de queda de juros já impactou os fundos, que viram uma recuperação dos preços das cotas. Mas a volta do mercado imobiliário ainda não aconteceu, então ainda tem parte disso para aproveitar”, diz Assumpção. “Uma parte do ganho já passou, mas acho que ainda há uma melhora por acontecer”.


Esse movimento de recuperação do mercado imobiliário, contudo, é lento – depende da queda do desemprego, aumento da renda da população e retomada do mercado de crédito. Por causa disso, vale investir em 2019, mas pensando em um prazo um pouco mais longo.

A vantagem dos fundos imobiliários é que os dividendos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Além disso, enquanto espera a melhora no mercado imobiliário, o investidor ainda recebe os dividendos do fundo, o que acontece normalmente a cada mês.

Ações, para quem quer se arriscar


Quer entrar no mercado de ações? Os especialistas defendem que esse é um bom momento para isso. Mas vale lembrar que o melhor é pensar na bolsa como um investimento de médio prazo. “Não é um dinheiro de curto prazo para colocar em um mês e tirar no outro, o ideal é pensar em um prazo de um a dois anos”, diz Sanches, do Itaú Unibanco.

Alguns dos setores que devem ter bons resultados no próximo ano são o de infraestrutura, siderurgia, energia, bancos e varejo.

Petrobras – “Acho que vamos ver um movimento interessante na empresa, com a mudança de diretoria e abertura de capital de alguns segmentos”, diz Indech, da Rico. Ele ressalta que os preços do petróleo no fim de 2018 estão depreciados, e que há uma expectativa de alta ao longo do próximo ano.

Banco do Brasil – A sugestão evolve duas questões: primeiro, as estatais estão em um processo de retomada operacional e gestão de qualidade, segundo Luketic, da XP. Além disso, a empresa deve se beneficiar com a retomada da economia, com menor inadimplência.

Usiminas e Gerdau – O setor de siderurgia aparece como oportunidade dada a alavancagem operacional Brasil. “Historicamente, a demanda por aço no Brasil tem alavancagem de duas a três vezes, ou seja, se PIB cresce 2,5%, a demanda [por aço] deve crescer pelo menos 5%, até 7,5%. Isso é muito positivo para resultado”, diz Karel Luketic, da XP. “A Usiminas é mais diretamente impactada, Gerdau tem operação fora do Brasil, tem outras questões a considerar”.

Localiza – A empresa deve se beneficiar do bom momento da economia, segundo os especialistas. Além disso, é um papel que tem apresentado bom desempenho nos últimos meses, e é considerado uma aposta segura no mercado de ações.

B2W – O conglomerado que engloba Lojas Americanas e Submarino se beneficia de uma retomada da atividade econômica, com alta do consumo das famílias. A empresa também aproveita a onda de ecommerce, que cresceu nos últimos anos e tem espaço para avançar ainda mais.

Suzano – A empresa deve se beneficiar com bom momento no mercado de celulose. Além disso, é uma oportunidade de diversificar a carteira, já que, diferente de outras sugestões, a empresa é exportadora e se “descola” um pouco do desempenho da economia brasileira. Outra questão que traz otimismo quando à empresa é a fusão com a Fibria, que deve criar a maior produtora de celulose do mundo. A conclusão do negócio deve ficar para janeiro.

Vale – “Achamos que o preço do minério está perto de uma inflexão e deve ganhar força já no começo do ano”, diz Luketic. A expectativa da XP é de que a empresa “entre no maior ciclo de vendas da história da companhia nos próximos anos”. Além disso, a empresa parece comprometida com devolver dinheiro aos acionistas, o que significa expectativa de bons dividendos no futuro.



FONTE:
DANIELA FRABASILE
Colaboração para o epocanegocios.globo.com,
em 02/01/201909h35